Antropologia Filosofica

A pergunta a partir da qual surge a antropologia, seja ela científica ou filosófica, é : “o que é o homem?”. Entretanto, ambas as antropologias se diferenciam tanto em seus métodos, como em seu objeto. A maior diferença a meu ver é que a filosofia (antropologia filosófica) não esgota seu objeto, seu “objeto de estudo” sequer é o mesmo “objeto” que a ciência possui.
No pensamento Filosófico existe a primazia da pergunta.
Na pensamento Científico a primazia é da resposta.
Um tópico sempre pode ser reestudado e reinventado na filosofia, uma vez que se apresenta uma resposta para uma problemática, a questão não é superada, sempre podendo ser resgatada em outro tempo, e ser atualizada para o período. O mesmo não acontece (ou pelo menos, dificilmente ) acontece no pensamento científico. Teorias antigas que são superadas por novas soluções realmente deixam suas antecessoras defasadas. Em adição, uma vez que se enquadra algo como um objeto de estudo, esse algo é colocado como finito e possível de ser completamente revelado.



Antropologia filosófica: “Conhecimento pragmático daquilo que o homem, enquanto ser dotado de livre-arbítrio, faz, pode ou deve fazer dele mesmo” (Kant).
“A antropologia filosófica é a antropologia encarada metafisicamente; é um ramo da filosofia que investiga a estrutura essencial do Homem. ... Ela se distingue da antropologia mítica, poética, teológica, e científica natural ou evolucionista por dar uma interpretação basicamente ontológica do homem.”
A antropologia tem os radicais derivados do Grego: “Antropos” que significa homem, como espécie humana e “logia” = ciência. A antropologia seria então esse estudo sobre o homem, sua origem, desenvolvimento, cultura e muitas outras ramificações. Ao se adicionar o pensamento filosófico à pesquisa, temos uma busca pela finalidade e essência do homem.
Como matrona dos questionamentos universais, a Filosofia apresenta à Antropologia um questionamento que direciona toda uma linha de pensamento e requisita uma nova luz. A Filosofia pergunta à Antropologia: “ Você diz estudar o homem, mas acaso já respondeu: O que é o homem?” assim, na busca por encontrar essa resposta nasce a antropologia filosófica.


PARA SABER MAIS:

Definição Antropologia Filosófica: Disciplina dentro da filosofia que busca unificar as várias investigações empíricas da natureza humana em um esforço para entender os indivíduos como criaturas de seu ambiente e criadores de seus próprios valores.

Origens e terminologia

Tradução do Site: https://www.britannica.com/topic/philosophical-anthropology


No século XVIII, a "antropologia" foi o ramo da filosofia que deu conta da natureza humana. Naquela época, quase tudo no domínio do conhecimento sistemático era entendido como um ramo da filosofia. A física, por exemplo, ainda era conhecida como "filosofia natural", e o estudo da economia se desenvolveu como parte da "filosofia moral". Ao mesmo tempo, a antropologia não era onde a principal obra da filosofia era feita. Como um ramo da filosofia, serviu, em vez disso, como uma espécie de revisão das implicações para a natureza humana de doutrinas filosóficamente mais centrais, e pode ter incorporado uma boa quantidade de material empírico que agora seria pensado como pertencente à psicologia. Como o campo de estudo era uma parte da filosofia, não precisava ser explicitamente descrito.

No final do século XIX, a antropologia e muitas outras disciplinas tinham estabelecido sua independência da filosofia. A antropologia surgiu como um ramo das ciências sociais que estudou a história biológica e evolutiva do ser humano (antropologia física), bem como a cultura e a sociedade que distinguem o Homo sapiens de outras espécies animais (antropologia cultural). Em seu estudo das instituições e práticas sociais e culturais, os antropólogos normalmente se concentravam nas sociedades menos desenvolvidas, distinguindo ainda a antropologia da sociologia.

(O restante do site eu achei que ele está muito hate da filosofia e pró "a ciência explica tudo", e de conteúdo só tinha análise muito simples sobre "mente/alma". Então... next texto! )






ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
(http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Philosophical_anthropology)


A antropologia filosófica é a disciplina filosófica que indaga sobre a essência da natureza humana e da condição humana. Ao fazer este inquérito pretende unificar ou criticar filosoficamente os diversos métodos científicos e abordagens humanistas para responder à questão da natureza humana. Embora a maioria dos pensadores ao longo da história da filosofia tenham tido uma antropologia distinta (ou compreensão da natureza humana), a "antropologia filosófica" como uma disciplina específica surgiu recentemente no contexto do período moderno tardio. Primeiramente, emergiu como uma conseqüência do desenvolvimento de novos métodos e abordagens em filosofia que interagiram com o progresso contínuo das ciências naturais e humanas. Dois dos desenvolvimentos contemporâneos mais influentes na antropologia filosófica ocorreram dentro das escolas da fenomenologia e do existencialismo.


CONTEXTO HISTÓRICO

Uma maneira de entender a encruzilhada pela qual a antropologia filosófica procura compreender a natureza do ser humano através da consideração de diferentes abordagens metodológicas é considerar as duas questões: "O que é um ser humano?" E "Quem sou eu?" a primeira pergunta é aquela levantada pela filosofia tradicional, e embora várias respostas tenham sido dadas a mais famosa definição filosófica continua a ser a clássica fornecida por Aristóteles: A essência de um ser humano é "um animal racional".

O desenvolvimento das ciências naturais durante todo o período moderno, entretanto, conduziu às metodologias científicas similares que estão sendo aplicadas às humanidades. Como resultado, no século XIX a questão da natureza do ser humano foi abordada em uma variedade de novos caminhos e dentro de disciplinas distintas. Por exemplo, o surgimento da evolução darwiniana explica a natureza dos seres humanos unicamente através de forças biológicas. A filosofia de Karl Marx explica a "essência da humanidade" principalmente através de forças econômicas, sociais e políticas, enquanto as teorias de Sigmund Freud explicam a natureza humana principalmente por meio de forças psicológicas. Outras ciências humanas, como a história e a sociologia , buscam também explicar, senão a "natureza" dos seres humanos, as condições culturais e ambientais que moldam e moldam os indivíduos num determinado tipo de ser. Algumas dessas teorias limitam-se a oferecer uma explicação que se aplica apenas dentro de um contexto cultural específico ou período na história humana. Em todo caso, como as diferentes disciplinas e métodos científicos se relacionam ou se acomodam dentro de uma visão filosófica unificada da natureza do ser humano tornou-se altamente problemático.

Abordagens contemporâneas: Existencialismo e Fenomenologia

No século XX, o desenvolvimento da fenomenologia contemporânea e do existencialismo problematizou ainda mais a questão da natureza humana, aproximando-a através da experiência vivida ou concreta. Na fenomenologia, o filósofo oferece um relato descritivo concreto de vários tipos de experiências humanas, a fim de obter traços essenciais dessa experiência e, por sua vez, características essenciais ou possibilidades do ser humano. A fenomenologia existencial abre a questão mais adiante, investigando a natureza humana a partir do ângulo mais concreto de "Quem sou eu?" Aqui dimensões mais profundas do ser humano são abertas explorando a questão a partir da posição da subjetividade. Ou seja, ao invés de abordar o humano do ponto de vista científico da pura "objetividade", na qual a pessoa é considerada como um "objeto" do pensamento racional, a pessoa é abordada subjetivamente ou do interior de experiências particulares. Desse modo, são revelados os modos possíveis de ser humano em termos da vida interior, algo que a ciência moderna através de sua abordagem puramente objetiva é incapaz de compreender.

Max Scheler, o fenomenólogo alemão, por exemplo, desenvolveu uma antropologia filosófica ou "personalismo" que definiu o ser humano não tanto como um "animal racional", mas como um "ser amoroso". Desta forma, ele tentou quebrar o tradicional Hilemorfismo (nunca tinha visto esse termo antes i.i ) da pessoa humana descrevendo a pessoa como uma estrutura tripartite que consiste no corpo, na alma, e no espírito. O amor, então, não é uma emoção psicológica, mas um ato espiritual ou intencional da pessoa em relação a outras pessoas. Scheler chamou esses atos de "sentimentos intencionais".

Paul Ricoeur é outro filósofo contemporâneo que desenvolveu uma antropologia filosófica. Ele o fez através de uma hermenêutica dialética em que combinou a abordagem fenomenológica com diferentes métodos empíricos ou científicos. Ricoeur era cético que qualquer filosofia, ciência ou método poderia ser usado como um guarda-chuva para cobrir todas as diferentes características essenciais ou condições da pessoa. Diferentes disciplinas poderiam ser colocadas em conversação para permitir que aspectos novos e inexplorados emergissem e assim ser trazidos para uma maior clareza conceitual através de alguma metodologia preferida (que para Riceour era usualmente a fenomenologia). Mas esses métodos não poderiam ser reduzidos a um universal ou "supra-método" que ultrapassa todos os outros. Por esta razão, embora ele pensasse que nossa compreensão do ser humano estava progredindo, esse entendimento permaneceria sempre limitado ou finito. Além disso, Ricoeur, como alguns outros filósofos, pensava que a literatura e as artes ofereciam percepções importantes sobre a natureza humana e suas capacidades. A narrativa, em particular, ocupava um lugar importante na compreensão do ser humano como essencialmente histórico.
Outros antropólogos filosóficos importantes são Rene Girard, Helmuth Plessner, Arnold Gehlen, Paul Häberlin, Karol Wojtyla e Hans-Eduard Hengstenberg.


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