Concepção moderna de Homem (pontos chaves)
Embora seja uma apresentação bastante simples, ela nos demonstra uma estrutura de tópicos bastante satisfatória para uma visão inicial do tema. Pelo que eu notei o autor do blog fez os topicos com base na exposição do Lima Vaz, embora eu não tenha muita certeza.
(Para diferenciar o Texto original dos meus comentários, eu irei colocar o texto original em Itálico, e/ou colocarei os comentários entre <...> ou (... ) )
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<Ambientação> (séc. XVI - séc. XVIII d.C)
Vejamos os pontos centrais que a modernidade interferiu e postulou sobre a concepção do homem, sobretudo nos séculos XIX e XX.
Um dos problemas relevantes desse período é a questão da pluralidade antropológica, uma vez que a pluralidade de culturas é descoberta pelos avanços tecnológicos, ciência, comunicação e dos transportes. Não estamos mais falando de uma unidade cultural como a da Grécia nem da unidade religiosa da Idade Média.
1. A concepção do homem no humanismo (Pontos centrais)
- O humanismo nasce na renascença;
- A valorização do humano é evidenciada;
- O surgimento e expansão das literaturas ajudaram no processo;
- A visão valorizada neste período é a do homo humanus;
(Sugestão de leitura acerca do homo humanus < Link>) - Surge o humanismo cristão na mesma época, sobretudo com a ajuda dos meios de comunicação através do livro impresso;
- A literatura da época girava em torno de uma antropologia renascentista, tendo como expoente Nicolau de Cusa, que apresenta idéias novas sobre o indivíduo;
- O cosmos ordenado de Aristóteles <é sucedido pelo> o universo infinito de Giordano Bruno;
- A imagem do homem que aparece na renascença é a imagem do homo universalis que emerge das profundas transformações do mundo ocidental;
- A partir do pluralismo antropológico cria-se um problema para falar de unidade e igualdade da natureza humana
[Um adendo que eu acho que pode ajudar com a idéia: Lima Vaz - Segundo o parecer de Agnes Heller18, é na Renascença que se dão as condições para que surja uma Antropologia filosófica no sentido moderno do termo. É então que aparece, com efeito, uma consciência da humanidade ou das características essenciais do homem (homo humanus) em sua universalidade abstrata e não mais limitado pelas particularidades segundo as quais o'*homem antigo ou medieval se considerava (civis, gervus, christianus, paganus etc.)]
- É necessário pensar, portanto, em uma dialética da diferença do que na igualdade da natureza humana;
- A antropologia da renascença é uma antropologia de ruptura, ruptura com a idéia cristã medieval do homem para uma idéia de homem racionalista que seguirá pelos próximos séculos.
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2. A concepção racionalista do homem
Esse novo modo de pensar e agir em relação ao homem é derivado da concepção renascentista de homem que acabamos de ver. Vejamos os pontos relevantes deste período:
- Montaigne, o grande moralista francês é o grande expoente deste período;
- Temas como o conhece-te a ti mesmo e observação de si mesmo é restabelecido;
- A antropologia racionalista trás um novo esquema de pensamento, um esquema mecanicista, até mesmo à explicação da vida e do homem;
- É com Descartes que a antropologia racionalista encontrara sua grande expressão, chegando a intitular o homem como o homem cartesiano, com pensamento cartesiano, etc;
- Insere o método como ponto de partida da construção do saber, sempre a partir do fundamento último da certeza, isto é, a dúvida.
- Conduzindo o homem ao domínio da metafísica à física, não o contrário como postulou a tradição antiga e medieval;
- É a partir do método cartesiano na construção do cogito como única fonte de verdade e na desconstrução de toda a física e idéia de Deus que Descartes depois reconstrói tudo novamente a partir da sua metafísica, ou Filosofia Primeira;
Vejamos os pontos centrais da concepção racionalista do homem:
- A subjetividade do espírito como res cogitans e a consciência-de-si;
- A exterioridade do corpo com relação ao espírito;
- O dualismo colocado por Descartes faz alusão ao dualismo clássico platônico, isto é, o espírito separado do corpo;
- O espírito não é separado do corpo para conhecer o mundo das idéias como propõe Platão, mas sim para conhecer melhor o mundo e as coisas, como é apresentado no discurso do método de Descartes;
- A antropologia de Descartes é uma metafísica do espírito e uma física do corpo;
- O método de Descartes é construído a partir de uma relação intelectual com o matemático Beeckman para dar respostas a uma nova lógica diferente da lógica aristotélica predominante nas escolas da época;
- A lógica aristotélica era aplicável à física e o método proposto por Descartes é aplicado à física e metafísica;
- No cogito está implicado uma nova relação e concepção do espírito que mudará a concepção de homem;
- O grande feito da antropologia racionalista é a diferenciação do que é natural (physis) do que é artificial (techne);
- Só o espírito, expresso na linguagem e na racionalidade que pode separa o homem dos demais animais;
- No livro as paixões da alma Descartes trabalha ainda mais a questão antropológica do homem, sobretudo relacionando o ser homem com suas estruturas afetivas.
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3. A concepção do homem na idade cartesiana
- Com as teorias de Descartes e Galileu uma nova concepção de homem é posta para nós, vejamos os pontos mais relevantes desse período:
- As ciências do homem, de uma nova concepção de homem e de sua razão surgem com os expoentes Descartes e Galileu;
- O homem da idade cartesiana é visto como moralista (influencia de Montaigne) e como humanista devoto (influencia de Bremond);
- Pascal é um novo expoente que aparece neste período, que até então sempre havia trabalhado com matemática e física, mas após a sua conversão o homem aparece como objeto de seus estudos;
- Pascal que começa um movimento de apologia da religião cristã;
- É através do cogito pascaliano que marca a grandeza do homem deste período;
- A dignidade do homem tanto para Pascal como para Descartes reside no pensamento, no cogito;
- Pascal anuncia então uma grande aporia dentro da antropologia racionalista, isto é a oposição entre natureza (homem como ser da natureza) e espírito (homem como ser racional);
- Hobbes aparece como outro grande expoente após Pascal aplica na antropologia a idéia de racionalismo mecanicista;
- Hobbes a partir de elementos simples do modelo material de máquina pretende explicar os fundamentos da física, antropologia e política;
- O materialismo proposto por Hobbes da ao homem um lugar especial frente aos demais animais;
- Apresenta o argumento em cima do estado de natureza, para definir o homem e sua natureza social e política, implementando este homem dentro de um estado civil;
- Influencia a ética e a política;
- Em Hobbes há uma visão pessimista do homem, o homem como o lobo do próprio homem;
- Surge posteriormente Locke com o empirismo racionalista;
- Locke postula a imagem do homem liberal e burguês;
- Locke acredita no otimismo naturalista, isto é, da bondade natural do homem, o homem é o bom selvagem;
- A partir do empirismo lockiano surge tanto a concepção do homem social quanto político.
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4. O nascimento das ciências humanas no século XVII
Após todo o empirismo inglês surge uma nova concepção do homem representado de maneira científica nas ciências humanas a partir do século XVII. Vejamos pontos interessantes desse período:
- O primeiro campo de conhecimento deste período pelo novo espírito científico é o das ciências da vida;
- Surgem filósofos trabalhando o que chamamos de filosofia da vida;
- O período tem como grande expoente Gusdorf;
- Aparece nesse período a pedagogia experimental;
- Inicia algumas iniciativas de uma pré-psicologia experimental;
- Influencias dos padres jesuítas;
- Surgem as ciências da linguagem;
- A filologia clássica vem juntar-se a filologia bíblica;
- O grande estudo da ciência da linguagem é a questão da língua universal.
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5. A idéia do homem na época da ilustração
A ilustração compreende os movimentos de idéias que dominaram o mundo, vejamos alguns pontos importantes desse período:
- O século XVIII é marcado como a civilização da ilustração;
- A ilustração engloba vários pontos, mas o centro dele a descrição da concepção do homem;
- O espírito da ilustração passa ser um componente importante para o espírito da civilização ocidental;
- O projeto histórico de ilustração permanece como desafio para a filosofia, a ciência, a pedagogia, a moral a política e a própria religião;
- Nesse período há a definição da idéia de razão como uma e universal;
- Fala-se do progresso da razão (as luzes da razão e o progresso);
Algumas idéias fundamentais postas nesse período pelo espírito da Ilustração: Humanidade; Civilização; Tolerância; Revolução
Obs: todas essas idéias foram elaboradas de acordo com alguns critérios fundamentais para trazer a humanidade o progresso as luzes.
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6. A concepção do homem em kant
Kant sem dúvidas é o grande expoente da filosofia moderna alemã, teve grande representatividade com sua teoria para o idealismo alemão bem como na estruturação da filosofia moderna alemã no mundo. Vejamos alguns pontos relevantes de sua filosofia que contribui para a concepção do homem:
- Existem duas linhas para a concepção kantiana do homem:
a. Linha antropológica (busca na metafísica explicação sobre o estudo empírico do que vem a ser o homem);
b. Linha crítica (reflexões críticas sobre o homem postulando as três atividades superiores do homem: a razão teórica (crítica da razão pura), a razão prática (crítica da razão prática) e a faculdade de julgar (crítica do juízo). - A antropologia está ligada a metafísica dos costumes;
- A teoria das faculdades está estritamente ligada ao núcleo conceptual da representação do Eu exprimindo-se em consciência-de-si;
- É a ética e a metafísica dos costumes que determina a essência do homem;
- A idéia de homem é postulada como o espírito inquieto e indagador por excelência;
- As três linhas que apresenta a idéia kantiana é:
- Linha da estrutura sensitivo-racional, que acompanha o homem como ser cognoscente;
- Linha de estrutura físico-progmática, que acompanha o homem como ser natural (físico);
- Linha da estrutura histórica, que acompanha as duas direções fundamentais (religiosa e pedagófico-política).
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